QUEM FAZ A DIFERENÇA É DIFERENTE! (Gn.6:1-22)
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INTRODUÇÃO:
No dialeto “evangeliquês”, o que mais ouvimos são crentes das mais
variadas denominações verbalizar o famoso chavão “Deus me chamou para
fazer a diferença”, mas, sempre em conotação material, ou seja, porque
sou filho de Deus, tenho que ter o melhor carro, a melhor casa, o padrão
mais elevado de vida. Porém, precisamos considerar que o que faz a
diferença não são os bens que a pessoa possui (Lc. 12:15), e sim, o seu
valor intrínseco, sua dignidade e o seu caráter.
O que acontece no mundo moderno,
é que as pessoas mesmo nas igrejas são induzidas mais pelo TER, e não
estão diferenciando empreendedorismo de ganância, valorizando mais o TER
do que o SER, assim, vemos “Cristãos” na corrida desenfreada e motivada
por “líderes” para fazerem campanhas numa competição econômica, já que
querem nos fazer acreditar que só é abençoado quem TEM bens.
Assim, estamos desenvolvendo uma
sociedade demasiadamente injusta, egoísta, sem integridade, perdendo a
identidade, e mesmo dentro de uma igreja, correm o risco de se
distanciar de Deus (Is.29:13), com as distorções doutrinárias, pois
hoje, os bens é o termômetro para medir se o crente é abençoado ou não,
enquanto nada se fala contra o pecado e a doutrina da santificação tão
fartamente discorrida na Bíblia Sagrada (I Pe.1:15-16).
Os dias de Noé foram difíceis
por causa dos estigmas provocados pelo pecado, os quais permeavam toda a
sociedade, a maldade era contínua, multiplicada, generalizada, e,
sobretudo planejada. A integridade era esquecida, e os homens haviam
abandonado os valores de Deus (Gn.6:5-13). Todavia, as distorções morais
e éticas não impediram Noé de ser diferente.
Noé estava inserido no meio do
caos moral, mas era diferente; a situação conspirava contra a virtude,
mas aí sim, Noé fez a diferença porque era diferente. Noé surgiu como um
homem diferente para realmente fazer a diferença, ou seja, quando todos
duvidavam das águas do dilúvio, ele creu na promessa de Deus, e não
seguiu a multidão, afinal, nem sempre a multidão tem razão, lembre-se
que na crucificação de Cristo, a multidão preferiu Barrabás
(Jo.18:39-40). Para se fazer a diferença numa sociedade que vivencia uma
crise de identidade, destacamos três razões vivida por Noé:
1.PRATICAR A JUSTIÇA (V.9b):
Noé era homem justo entre os seus contemporâneos, Deus vê as pessoas,
mas também vê suas obras, tudo está patente aos seus olhos, a violência
se alastrava em todas as camadas sociais, as pessoas se feriam com
punhal e também com palavras, a justiça era pisoteadas pelos homens.
Aplicando em nossos dias, observamos que há pessoas sendo feridas por
línguas pontiagudas, pessoas com cicatrizes na alma, os direitos dos que
realmente trabalham é tolhido pelos “líderes poderosos”, os pobres
oprimidos e menosprezados, e os necessitados execrados. O mundo está
carente de pessoas que sejam diferentes para fazerem a diferença; não
tenha medo de ser diferente, quem realmente faz a diferença, pode não
ter a maioria, mas, é justo perante Deus. Lembre-se que Noé era justo,
mas o povo o via como louco, só porque realmente era diferente, creu em
Deus, acreditou que ia chover em meio à estiagem, e mesmo sendo minoria,
preferiu preservar sua fé na palavra de Deus e não de homens doutos no
conhecimento, mas vazios de Deus, e foi contemplado com o livramento nas
águas do dilúvio.
2.VIDA ÍNTEGRA (V.9b):
Noé era homem íntegro entre seus contemporâneos. A integridade é a
identidade dos que são diferentes. O TER tem como lema, de que “os fins
justificam os meios”, e assim, a corrupção campeia em todos os
seguimentos da sociedade, quer no poder legislativo, executivo,
judiciário e infelizmente até na igreja do Senhor Jesus Cristo que um
dia o Espírito Santo de Deus a chamou de “Coluna e Firmeza da Verdade”
(I Tm. 3:15), sendo a corrupção ovacionada como virtude indispensável
mesmo nas igrejas, pois na igreja pós modernidade, o bom obreiro não
precisa ser espiritual, ser de oração e amado pelo povo, basta saber
manipular o povo, tirar grandes ofertas, aumentar a receita, atingir
metas e quotas. Em brocardo, basta ser um “malandro de Deus”. A
sociedade num todo inclusive à igreja do Senhor Jesus, precisa de homens
e mulheres que não negociam a moral nem os valores éticos, pessoas de
uma só palavra ainda que sofra o dano, como bem dizia Rui Barbosa: “Eu
não troco a justiça pela soberba, eu não deixo o direito pela força, eu
não esqueço a fraternidade pela tolerância, eu não substituo a fé pela
superstição e a realidade pelo ídolo”, Noé demonstrou integridade entre
seus contemporâneos e foi reconhecido por Deus como homem justo.
3.ANDAR COM DEUS (v.9c):
Noé andava com Deus. A prática da justiça, bem como da integridade sem a
presença de Deus, pode tornar-se legalismo, não basta apenas ser justo e
íntegro, embora sejam qualidades no caráter de qualquer pessoa, mas
para os Cristãos, é preciso andar com Deus; A justiça e a integridade
para ser uma referência distintiva na vida daqueles que fazem a
diferença, precisa ser oriunda de uma comunhão estreita com o Senhor
Jesus. Quem anda com Deus faz a diferença no meio de sua geração
(At.2:40), o diferente faz a diferença, não porque possui carrões,
riquezas e ostentações distintas das demais pessoas, mas porque anda com
Deus é que promove a diferença. Se o diferente não fizer a diferença
por causa da gloriosa presença de Deus em sua vida, a sua prática
tornar-se-á em moralismo religioso estéril e sem vida, ranço do
farisaísmo.
CONCLUSÃO: Noé
fez a diferença porque andava com Deus. Tenha coragem de ser diferente.
Seja diferente, pratique a justiça. Seja diferente, vivencie a
integridade. Seja diferente, ande com Deus. Que Deus nos ajude a sermos
diferentes; essa é a verdadeira diferença entre o que serve e o que não
serve a Deus (Ml.3:18).
(POSTADO POR ADCIT)